24/08/2010
Lucidez
O dom da lucidez...
Há quem a procure durante uma vida.
Quem a encontra sente acidez
E tenta, desperadamente,
Retornar à tranquilidade perdida.
Já não há caminho de volta,
Pois uma vez desperta a mente
Nada voltará a ser como dantes...
Ganha-se uma consciência nova,
Expulsam-se convicções pedantes,
Toscas e sem sentido.
É um processo lento e doloroso...
É um sangrar de alma repetido,
Por dias a fio em que o tempo, vagaroso,
Teima em se arrastar...
Nada é complacente,
Não se vislumbra o fim, sem data assente...
E mais um dia passa
Para a noite dar lugar,
Propícia à reflexão,
Inimiga da loucura
E irmã da razão...
Lentamente, prossegue-se a procura
Do equilíbrio que tarda...
Não fosse a perseverança,
Sempre escondida mas resistente,
A lucidez, esse estado por muitos cobiçado,
Jamais seria alcançado,
Tornando-se numa inútil amarra
Onde se caíria num abismo permanente.
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