18/07/2010
Outsider
Nasceu no mês de Setembro
Anunciando novidade na madrugada:
É uma menina!
Foi um intensa alegria
Que, aos poucos, de tamanha sensação
Deu lugar a surpresa e admiração
Até que desaguou em apatia
Para encalhar numa maré emaranhada
De fardos e pesos em ruína
De tão velhos que são.
Menina alegre e bonita,
Porém, era também diferente
Cuja autenticidade era desdita
Por outros, na esperança de a amarfanhar,
Como quem a desacredita.
Muitos a pisaram para a abafar,
Outros tentaram prende-la
Numa linda gaiola dourada
Mas acabaram por perde-la...
Cansada, exausta e estourada
De tanta prisão e sufoco,
Quase caiu num enorme fosso
Sem caminho de retorno...
Num esforço quase impossível,
Mas para muitos um grande transtorno,
Decidiu escolher outro caminho.
Libertou-se de atilhos e velhos pergaminhos,
Ignorou os caminhos já feitos,
Desacreditou-se de amores perfeitos
E construiu a sua própria estrada
Num percurso limpo da recente chuvada,
Provocada pela lavagem de guerras e feridas
Por demais sentidas.
Agora é tempo de largar vozes insensatas,
É tempo de esquecer angústias amontoadas,
É tempo de encontrar um lugar ao sol,
Seguindo a melodia doce de um rouxinol,
Que anuncia a alegria,
Que anuncia uma outra cortesia
Da vida, agora mais benevolente
Por ter sido tão valente.
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