15/07/2010
A Ponte
Encontraste o mapa do tesouro,
Puseste em marcha a viagem,
Reuniste mantimentos,
Iniciaste a contagem
E foste em busca do ouro.
Porém, encontraste contratempos,
Dificuldades inúmeras
E a tua viagem tornou-se pesada
E as tentativas de avanço infrutíferas...
Quando pensavas estar perto,
Logo a desilusão surgia
A lembrar tudo o que te impedia,
E nada de nada parecia dar certo...
Por fim, a uma ponte chegaste.
Começaste a travessia,
Mas a meio paraste,
E olhaste, ansioso, para a outra margem...
Antecipaste o futuro,
Previste novos e dolorosos sacrificíos,
E concluiste que tudo te era desconhecido...
O medo, a par da visão da preciosa recompensa,
Foi maior e conseguiu dobrar-te.
Foi aí que voltaste para trás
Quando o teu sonho era outra paragem.
Ficaste a olhar a ponte
Como quem olha algo forçosamente interrompido,
Mas ainda ancorado ao conhecido,
Com os velhos fardos a soçobrar-te...
O passado não se desfaz
Com passes de magia
Ou meras artes de camuflagem...
E continuas no mesmo lugar,
Sentado, como quem pensa
No dia de amanhã com as mesmas teias do dia de ontem...
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Como quem vive do passado para o futuro... essas "teias" são muito fortes, elevam todo o poema.
ResponderEliminarMuitos vivem o presente com o passado nas costas e esquecem-se que o presente escreve o nosso futuro...de facto as teias em que nos deixamos cair são muito fortes.
ResponderEliminarObrigada por apreciar os meus poemas :)