Voei...

Hoje vivo de novo

Deixei-te meu amor

E agora de novo me movo

O amor que apenas eu senti

Ficou naquele momento por ti

Mas por outro amor senti clamor

Foi por amor a mim que segui

Por amor à vida, ao sol e mar

Termino contigo esta história de amor

Que nunca foi porque cedo sentiste desamor

E hoje já não és o meu amor

Eu hoje sou o meu amor

Grito esta libertação mútua porque quero amar

Porque quero viver, comer, orar e amar

Quero voar em direcção ao sol sobre o mar

Sentir os salpicos da água salgada

Continuo a construir o meu caminho

Escutando a voz do Universo que sublinho

O sol e a lua me guiam na estrada desejada

Sigo e seguirei a minha viagem

Quem quiser me acompanhar que traga coragem

E vontade de construir a dois uma estrada

True Love

Quisera eu ser uma estrela
Para brilhar lá no alto
Pintando uma linda aguarela
Onde a vida exalto!

Quisera eu ser um astro
No meio de mil sóis
Viver num templo de alabastro
Onde reinássemos só nós os dois...

Quisera eu ser uma floresta
Cheia de encantos mil
Onde a pura natureza se manifesta
De forma suave e subtil...

Quisera eu ser um rio
Para percorrer montes e vales
Onde as margens acaricio
Enquanto soa o canto das aves...

Quisera eu ser o vento
Para ir ao teu encontro
Quando irrompes no meu pensamento
Para se dar o reencontro...

Amo-te Apenas...

Amo-te apenas

Sem raiva, sem cobrança

É um sentimento que flui como uma dança

Cuja música me atira sempre a tua lembrança

Apesar das tempestades e perfídias

Engendradas em vagos dias

O nevoeiro para que nos atiraram

Já Neptuno levantou

E os traidores se retiraram

Sub repeticiamente  num caminho que se esfumou

Ficamos só nós sem impedimentos

Mas incrédulos com os acontecimentos

Estamos em dois cantos diferentes

Contemplativos e comoventes

Este sentimento brota daqui de dentro

Sem que o alimente e no qual me vejo envolvida

Sem saber ler nem escrever  e seguramente desprevenida...

Não percebo nem compreendo

Como ainda hoje sinto por ti este amor...

A única certeza e que declaro sem temor

É que apenas o sinto...o teu nome comigo amanhece

Fugindo dos meus lábios como se fosse uma prece

Sem controlo, sem lamento ou tristeza

Apenas aceito pois agora vejo com clareza

E repito...AMO-TE APENAS...

Veredicto do Universo

Os ventos da mudança sopraram

E Neptuno o nevoeiro limpou

Os imberbes vermes rastejaram

E nenhum dos justiceiros objectou

E condenados para sempre foram!

Encontro-me do outro lado da ponte

Num outro mundo em tudo diferente

Ergo os braços a respirar

A leveza e a liberdade

Tento esquecer a maldade

E quero agora a tranquilidade olhar

Mas habitas ainda aqui...

No meio de tanto acto insidioso  e sujo

Preciso de compreender o que vi e descobri

Preciso de perceber as poucas  peças soltas

Que ainda permanecem para não andar às voltas

Só assim...só assim nos libertaremos

Só assim seremos supremos!

Desengano

Fiz de ti rascunho

De um amor mal acabado

E passaste de texto a algo rasurado

Escrevo pelo meu punho

Estas parcas letras que te dedico

Porque mais não mereces

Pois com o teu pelo matei um cão e predigo

Que hoje, nas minhas mãos, pereces

Embrulhado na tua falsidade

Amortalhado na tua vaidade

Para todo o sempre te enterro

E hoje este capitulo encerro!

Denso Nevoeiro

Ó Neptuno, senhor do mar

O teu nevoeiro é tão denso

Que me obrigas a navegar devagar

Sem saber por onde vou nem o que penso

Tenho por certo a impaciência

Que sempre espreita

E o grito quero dar mas se silencia

A linha é ténue e estreita

Por entre a névoa soa uma canção

E os meus sentidos se apuram

Desejo que o vento corra de feição

E as vozes que cantam murmuram:

Meu amor sou tudo aqui...

E eís que que me desvio de uma afiada rocha

Mais uma...e continuo assim por ali

Como um flor que desabrocha

Sempre que o sol parece espreitar

E promete o nevoeiro dissipar...

Mas sempre oportuno

Surge o grande senhor, Neptuno

E o nevoeiro fecha-se

E diz que ainda não é chegada a hora

Que há que aguardar nova aurora

Conto até três

E me resigno outra vez...