Ó Neptuno, senhor do mar
O teu nevoeiro é tão denso
Que me obrigas a navegar devagar
Sem saber por onde vou nem o que penso
Tenho por certo a impaciência
Que sempre espreita
E o grito quero dar mas se silencia
A linha é ténue e estreita
Por entre a névoa soa uma canção
E os meus sentidos se apuram
Desejo que o vento corra de feição
E as vozes que cantam murmuram:
Meu amor sou tudo aqui...
E eís que que me desvio de uma afiada rocha
Mais uma...e continuo assim por ali
Como um flor que desabrocha
Sempre que o sol parece espreitar
E promete o nevoeiro dissipar...
Mas sempre oportuno
Surge o grande senhor, Neptuno
E o nevoeiro fecha-se
E diz que ainda não é chegada a hora
Que há que aguardar nova aurora
Conto até três
E me resigno outra vez...


Sem comentários:
Enviar um comentário