Diz a lenda, de acordo com a tradição japonesa, que quem dormir com uma imagem do TAKARABUNE (Barco do Tesouro) debaixo da almofada, ou avistar um terá boa fortuna para sempre. Por isso desejo a todos o que visitarem este local, onde partilho o que me vai na alma, boa fortuna para sempre.

21/11/2011

Amo-te porque sim...



Sim, amo-te mas não encontro razão
Amo-te por qualquer razão que desconheço
Tudo o que sinto por ti não sei de onde vem
Apenas sei que o sinto e nada tem a ver com razão
O teu nome eu chamo de noite e assim amanheço
A dizer ao vento que te amo na esperança de que alguém
Te leve a palavra tão pequena  e tão grande
Que no “Amo-te” se encerra e se deposita
Um sentimento que se expande
Sem que eu o alimente e que me habita
Sem ter pedido licença ou permissão
Instalou-se pura e simplesmente
Sem que tivesse opção de escolha
Como se assim tivesse que ser
Porque a seta do cupido fez acontecer
O querer-te que brota da mais pura nascente
E por mais que me esconda ou encolha
Joga comigo ao gato e ao rato
E me extasia e me entorpece
E já rendida eu acato
O sentimento que se estabelece…
Olha…Amo-te porque sim…

20/11/2011

Vai onde te leva o coração...









Observo as ondas… umas atrás das outras…
E oiço a sua música sussurrante
Querendo me transportar na sua branca espuma
O sol brilha e torna tudo tão relaxante…
Penso nele…a hora ainda não se apruma
O relógio vai marcando o tempo devagar…
Quero…mas ainda não chegou o tempo nem a hora
Sei que ainda é cedo…por isso não me encontras
Ainda estou no meu casulo a preparar as asas para voar
Já falta pouco…não pode haver pressa possuidora
Recolho-me e aguardo…aguardo o tempo
Em que serei livre e sem nenhum contratempo
Em que serei completa e sem prisões
Em que serei doce sem inquietações
Assim me diz o coração que me afaga
Enquanto vejo a maré vaza que deixa  a descoberto
As rochas agrestes, pontiagudas e cortantes…
Há que esperar a maré encher
Há que esperar que o caminho seja aberto
As nuvens dissipam-se muito devagar
O sol que fura se propaga…
Sigo esta voz ao som e embalo das ondas
Espero pelo dia em que me respondas
Sempre que por ti chamar…

22/10/2011

Uma lágrima





Uma lágrima…
Finalmente uma lágrima…
Escorre pelo meu rosto em silêncio
Sem repentes, sem pressa…
Solta-se…desprende-se…
E a minha pele humedece e atravessa
A trilhar o caminho sem lenço
Que a páre, escorrendo lentamente
Até cair como uma gota de orvalho
Num lamento solitário e comovente
Que traduz, finalmente a dor que teima
Em manifestar todo o seu peso e queima
Todo o meu ser por dentro e por fora
E que pelo caminho deixo e espalho
Na tentativa de a mandar embora…
Vai-te embora ó dor, vai-te e de vez adormece!

21/10/2011

A tristeza...








Morro por dentro
Com uma tristeza sem fim
Sem saber porque porta entro
Ou se vou por outro caminho também sem fim...
Toma conta de mim um tremendo fastio
Que me deixa apática a olhar o rio
Através do qual a minha vida passa
Sinto-me esventrada...
Todas as minhas entranhas sangram
E eu seguro-as na tentativa de as amparar
E as minhas mãos ficam manchadas de vermelho...
Choro em silêncio...em sufoco desespero...
A minha alma em espasmos que se abafaram
Junto da nuvem negra que chegou sem conselho
E me deixou prostrada
A olhar o céu desamparada...
Apenas o vento me sussura
Ao ouvido que são tempos de mudança
E uma luz que eu anseio e espero
Que me resgate e que , ainda fraca, já me alcança
Que para longe deste Inverno me empurra
Aos poucos...e deixo-me ir...por fim...

20/10/2011

A Mudança...






Pela madrugada fora o meu pensamento vagueia…
Escapa-se-me um suspiro no meio desta grande teia..
Quero sair, quero arrebentar, quero me libertar…
Algo poderoso em mim anda a pairar
E não vou ter armas nem meios para suster ou parar…
Terá chegado a hora de tudo vomitar?
Sentada na orla do mar, contemplo as ondas…
Admiro a força, a pujança e a forma como arrebentam na areia
Quero ser a onda mais alta e mais forte!!!
Quero arrebentar com todas estas prisões hediondas!!!
Quero deitar fora os nós cegos sem que nada importe!!!!
Quero…quero-te…mas ainda não chegou a hora…
Tenho que travar mais uma dura batalha…
Tenho que tirar este monstro daqui para fora,
Tenho que resgatar o que cedo me foi retirado…
Vou sem armas, sem vestes, vou apenas EU…
Vou pegar em ti, monstro, vou te reduzir a nada
Vou tirar-te a força como a onda que a areia esmigalha
Vou olhar-te nos olhos e serás pulverizado
E em pó te tornarás…depois serei, finalmente, apenas EU…
Um novo dia nascerá e serei livre nessa nova alvorada…
Serei livre para ti…serei o que tanto sonhas e o Universo prometeu…

13/10/2011

Ó Lua





Lua, Lua minha
Só tu conheces a minha alma
És minha confidente e amiga
E à noite me embalas nos mais doces sonhos
Vejo-te lá no céu,
O mesmo céu que me acolhe
O mesmo céu que vê quem eu procuro
Mas que na penumbra se recolhe...
Vôo até ti Lua para ver se o vejo...
Queria vê-lo... nem que fosse só à distância...
Ó Lua...só tu conheces a minha alma,
Só tu sabes os meus desejos
Só tu sabes a minha ânsia...
A vontade é imensa mas recuo...
Ó Lua...ilumina-lhe o caminho,
Sê a sua doce sentinela
Que o afaga nos momentos de tristeza
Enche-o de esperança com a tua luz
Fá-lo sentir forte e audaz,
Dá-lhe força para superar os obstáculos,
Ajuda-o a atravessar esta tenebrosa ponte
Ó Lua...só tu conheces a minha alma,
Dá-me força para ficar à distância,
E leva-lhe um beijo meu...
Abraça-o na noite como eu o faria,
Sussurra-lhe ao ouvido
Palavras meigas e com ternura
E eleva-o bem alto
Para que ele sinta que não está só...
Ó Lua...só tu conheces a minha alma...

06/10/2011

Liberta amando




Como esquecer alguém que se ama,
Quando ainda palpita a recordação fresca
Do abraço que se deu, do beijo que se deu
Do olhar longo que se trocou?
A vontade a tua presença reclama
A memória do teu beijo a minha pele refresca
Mas o teu coração se protegeu
Contra os enganos que o destino provocou
De longas e duras batalhas passadas...
Olhas a linha do horizonte...
Queres te isolar no cimo de uma montanha
Para te encontrar, para dentro de ti olhar...
Recolhe-te então...antecipa as emboscadas
Segue o teu caminho e atravessa a ponte
Segue a tua voz interior e faz uma nova façanha
Renova-te, ergue-te, renasce para te amar
Estou do outro lado da ponte
A mirar um passo delicado...também olho o horizonte...
Sem certezas a não ser que te tenho que deixar ir
Para que possas ser livre, para que possas voar e amar...
Porque este é o teu tempo, esta é a tua hora
E tem que ser assim por agora...
Amar é deixar o outro partir
Se não voltar é porque nunca me foi destinado
Se ele voltar, volta apaziguado
E com sede de me amar

02/09/2011

Quarenta


"Best way to drown out the sounds of your fears is with the song of your dreams" - Robin Sharma



No meu primeiro ano de vida
Pouco ou nada me lembro
No entanto sou agradecida
Por ter nascido em Setembro
Aos cinco anos já era alegre
Sempre a saltar e a brincar
E em breve iria para a escola estudar
E aprender que o sol não esmorece
Aos dez anos, mais crescida
Uma nova etapa comecei
Já não era menina nem ainda moça
Tudo era novo, tudo era descoberta
E a vida difícil parece
Aos treze um rapaz amei
E para o amor despertei
No meio de estudos e amizades
Me deparei com a vida e sua grandiosidade
Seguindo entre tristezas e alegrias
Quando aos vinte cheguei
Fiz o meu voo de batismo...
Mal sabia eu que asas já tinha...
Segui o meu caminho com força,
Com impulsividade e valentia
E chego aos trinta
Algo inquieta, sem que satisfação sinta
Porque algo me escapava...
Encontrei pedras, muros, escadas, subidas,
Obstáculos, amores, desamores
E muitas outras dificuldades
Porém, chegou o momento e parei...
Recolhi-me para de mim cuidar
Aprender a ver a vida com outro olhar
Por dentro me renovei
E desta forma chego aos QUARENTA:
Com energia, com entusiasmo,
Com fé que tudo vale a pena
E, acima de tudo, SERENA!

20/08/2011

Eu sou...




Eu sou única
Sou como o sol quando nasce
Estendo os meus braços
Como se a vida te devolvesse
Após um longo torpor de tranquilidade
Sou como a fonte de água fresca
Que o suave cair de cada gota
Te eleva a uma tal serenidade
E a tua moral se sente principesca
Sou como a framboesa selvagem
Apesar de rodeada de espinhos
Sou a recompensa no final da viagem
Sou como o mar
Cheia de encanto e mistérios
Repleta de pequenos e grandes tesouros para dar
Sou como as ondas
Ora calma, ora forte
Acabando na praia onde me deito
Sem nunca desistir
Por mais alta que sejam as montanhas
Sou como a noite de lua cheia
Que te ilumina e te inebria
Sempre com vontade de me olhar e admirar
Que te preenche e borboloteia
Sou como as estrelas
Que serpenteiam o céu...por vezes escondidas
Pelas nuvens...mas estou sempre lá
E à noite te guio com as minhas sentinelas
Estou à tua espera...

02/07/2011

Girassol Sou



Um girassol
Cresce bem alto
Para receber o sol
Cresce mais alto do que as árvores
Para todos os dias não dar um salto
Recebendo os seus raios de energia
Sendo a rainha das flores
Todos os dias o girassol permanece
Alto, forte e a sua luz irradia
Num esplêndido amarelo
Como se estivesse no alto de um castelo
Mirando, com a sua grandeza, a natureza
Sempre com mestria e delicadeza
Girassol sou e serei
Pois outro destino tomei
Aprendi com o girassol e com a sua beleza
A receber com um sorriso cada novo dia
A ser forte seguindo o seu modelo
A ser alta em valores que enaltece
A ser uma "estrela" na minha essência
Que com paciência e sapiência
Abro as minhas pétalas
Grandes e amarelas
Para receber, dar e aprender
A quem cruzar o meu caminho e o meu viver...

24/05/2011

A Minha Criança



Menina bonita e loira
Que no campo colhes malmequeres
Correndo pelo meio das flores
Rodopias por entre montes de pétalas
E no teu ar feliz
Uma chuva amarela de flores cai sobre ti
E dizes cantando:
"São os raios de sol!
São os raios do sol que descem do céu
Até à terra!"
Cantas e encantas todos os que passam
Com malmequeres fazes colares
Que ofereces com doçura e ternura
A quem te retribui o sorriso
Alegre e vivo
Danças ao som do vento
Com o canto dos melros
E tornas a colher malmequeres
E desta feita fazes pulseiras
Que enfias nos teus pequenos braços
E os agitas simulando o vôo das aves
Assim serás sempre, pequena, uma eterna criança,
Linda...encantadora...doce...
Alegre...sorridente...inocente...
Feliz...e AMADA!

02/05/2011

Borboleta voa...voa...voa



Serenidade e paz senti
Ao acordar e ao abrir a janela...
De repente, uma luz singela
Desceu sobre mim e ouvi:
Voa, voa, voa...Borboleta voa!
Estás livre...és livre...VOA!
Faz-te à vida como uma leoa:
Como uma força da natureza,
Cheia de porte e nobreza.
A tua alegria canta e apregoa,
Com a tua essência pura abençoa
Todos aqueles que, delicadamente,
Te souberem olhar para além das tuas asas,
Te souberem cuidar com desvelo,
Te souberem amar incondicionalmente,
Te souberem respeitar sem agravo nem apelo,
Te souberem dar o enorme valor que extravazas!
Dei-me conta que flutuava
Elevada por um tal estado...
Era a insustentável leveza do ser...
Pensava que acordada sonhava...
Não...estava a renascer
De um longo sono velado
Que me cuidara e transformara
E que das sombras me tomara
Para me devolver à liberdade,
Ao direito de ser e à felicidade...

02/04/2011

A Dor...




A dor veio de mansinho
Até que se instalou voraz e corrosiva
E nem o mar e o seu ar marinho
Lhe deram paz, alento e ânimo e carinho
E o seu corpo tremia tamanha a onda convulsiva
Que a acometeu perante o autismo a que fora votada
Todo o seu esforço para ir ao seu encontro ficou igual a nada...
As palavras...os gestos...as atitudes...as pequenas e simples surpresas
Abriu-lhe o coração, já de si mitigado, despiu-se revelando o seu ser e as suas fraquezas
Apenas recebeu em troca a distância...e depois chegou a incerteza
Com a promessa que um dia tudo se dissiparía, tudo seria diferente...
A mensagem que dele recebia sempre era eloquente
Mas a distância transformava-se em crueza
E nem as palavras de apelo que proferira
Tiveram o condão de o acordar,
De o arrancar do fundo do poço com que a traíra...
Eís que ela, exausta e carente, decide deixá-lo...
Triste e sem saber como tirar aquela dor que a tomara de abalo
Fechou as portas da pequena história que parecia de encantar
E rumou novamente para o seu caminho...
Onde segue as águas do seu rio
Esperando a sua alma lavar
De tão pesada ferida
De tanta dor sentida


28/03/2011

A tormenta...



No meio de uma ponte me vejo
Entre a verdade e a mentira
Contra a mentira luto e me protejo
Mas a verdade para a tristeza me atira
E sou forçada a procurar abrigo
Para recatadamente as minhas mágoas chorar
Convulsivamente...maldigo...me fatigo
Com os olhos marejados de lágrimas
Tento decidir que lado devo optar
E apenas vejo o rio das minhas lástimas
Tento...mais uma vez...mas tudo é incerteza e confusão
Entre a mentira e a verdade
Tudo é difuso...as emoções em convulsão...
Procuro o meu refúgio
Para fugir, por algum tempo, desta crueldade
Que parece desaguar na falsidade e fatalidade
Terá sido tudo um leviano subterfúgio???????
As perguntas e dúvidas são como monstros
Surgem de mansinho...atormentam...
Respostas não as encontro...só desencontros!!!!!
Continuo no meu porto seguro
À beira praia, sob a protecção do mar
Onde um desejo murmuro...
Que as dúvidas cessem e eu consiga caminhar
Quer seja verdade...quer seja mentira...

04/02/2011

Um Sorriso...


"Dou-te o que tenho de melhor...o meu sorriso"



Um sorriso vale por mil palavras,
Um sorriso revela pequenas estrelas cintilantes
Que cá de dentro emergem cativantes
Brotando que nem flores brancas
Num rosto que se eleva e ilumina
Um sorriso aquece a alma
Em momentos rodeados de sombras
Fazendo com que se restabeleça a calma
Um sorriso é um sinal de sintonia
Que um momento de encanto assombra
De espasmo, espanto e alegria
Um sorriso genuíno e aberto
Ultrapassa e quebra intransponíveis barreiras
E faz tudo ficar mais perto
Um sorriso traquina
Provoca ensejos e fascina
Um sorriso, por tudo o que "causa",
É um bom motivo para fazer uma pausa
E...sorrir para quem se ama...

31/01/2011

Olhando pela janela...



Olhando pela janela
Sinto o olhar ofuscado pela luz...
Olho para o mar lá ao fundo
Que reflecte o sol, essa grande estrela,
Sob um mar calmo e azul.
Solto um suspiro profundo...
Sinto o mundo e os sonhos
Que aos meus pés se deitam
Os meus olhos tornam-se risonhos
Sempre que com uma imagem se deleitam...
Eleva-me...Sente-me...
Olha-me...Decifra-me...
As minhas mãos levanto para abraçar
Esse mar colossal e imenso
Inspiro na tentativa de manter o momento suspenso
E ser a gaivota contra o sol a voar
Para pousar com uma gota do mar,
Leve e cheia de improviso
Prestes a inebriar todo o juízo
Para transformar o aqui e agora
No caminho que se abre numa nova aurora...

25/01/2011

Horizonte




Transpondo a linha do horizonte
Onde tudo acaba e tudo recomeça
Chego, por fim, a uma ponte...
Caminho com cuidado e sem pressa...


Passarei a linha do trópico,
Descobrirei novos lugares
E respirarei novos ares
Despertando o senso próprio


Novos ventos se avizinham,
Mudanças se adivinham
Se bem que incertas!!!
Esperam-me novas portas,
Estando agora preparada
A novos desafios
Seguindo, como sempre, no rio...

24/01/2011

Estrada de Sol



Com o rumorear das ondas
Contemplo a estrada de luz
Com pequenas estrelas brilhantes
A pensar em ti…à espera que me respondas
Guardo a imagem em contraluz
Mando-te beijos salgados e saltitantes
Que o vento e a maresia transportam
Olhando o vôo das gaivotas
Respiro o mesmo ar que tu respiras
E o vento e as gaivotas me confortam
O sol reflecte no mar pequenas ilhotas
De luz apenas entrecortadas pelas ondas
Um beijinho do mar me diz que conspiras…
Levada pelo vento cortante, sem saber,
Regresso ao meu porto seguro
Escondeste-te…e eu sem saber…
Viste-me…eu não te vi…
De repente alguém me chama e procuro…
Nada…estavas alí…
Ouço novamente a voz que me chama…
Vejo-te…e algo se inflama…
Num beijo recatado e contido
Olhamo-nos num silêncio atrevido
Cheios de sede e de desejo
Com notas de música suaves e inspiradoras
A estrada de sol continua a brilhar cheia de ansejo
E augura um horizonte com estrelas recompensadoras…

15/01/2011

Limpar a Alma


Limpo e torno a limpar
Apanho mais um fio
Desta teia de lembranças
Lembranças que ficam no ar
Como que à deriva num rio
Ao sabor da corrente,
À espera de algures desaguar
Por entremeio das minhas andanças
Teimando em me lembrar
Algo que já não importa
Que torna o meu caminho dormente
Mais um retrato,
Mais uma memória perdida
Rompe-se e rasga-se o trato
E a alma ergue-se amadurecida
Olho para trás e hesito...
São pedaços de vida
Que se soltam no ar
Que se diluem como grãos de areia
Rasgo  mais uma página...e mais outra...
E eís mais um capítulo prescrito
Vou largando o lastro
E apago o rastro
Do que já é inútil
E de tudo que agora se tornou fútil
Agora escrevo uma nova página
Escrevo mais leve e serena
E ouço uma nova cantilena
Que me eleva como uma pena
Rumo a uma nova viagem
Com nova força e coragem
E o passado encerrado

03/01/2011

Se uma gaivota voa...


A pensar me sento
No que fui e no que sou
Uma pergunta não me sai do pensamento:
Como foi que tudo se passou?
Olho para trás e repenso...
Nasci num dia de sol imenso
Cresci numa terra áspera e dura
Aprendi as coisas da vida com tristeza e candura
Encontrei pelo caminho muitas ervas daninhas
E fiz delas lições nas entrelinhas
Das muitas páginas que escrevi...
Mantive o meu rumo apesar do que vi e vivi:
Tenebrosas tempestades
Dias de nevoeiro intenso
Horas incertas e cheias de adversidades
Vi aos meus pés o abismo profundo e tenso...
Agarrei-me à Esperança
Que nunca me abandonou
Continuei a caminhar com confiança
E segui a estrela que até aqui me guiou
Hoje sou o que sou
Sou mulher menina e moça
Alegre, viva e solta
Que encanta e sonha...
Vivo na orla do mar
Na asa de uma gaivota
À espera de amar...

01/01/2011

Haja Luz


Uma pequena luz
É quanto basta para ver
Brilha na noite e reluz
E aconteceu o que era de prever
Nas últimas horas
Deu-se o encontro
Olhamos, falamos e abraçamos...
2010 findou assim as suas últimas horas
Num jardim despido e escuro
Cúmplice dos olhares e das palavras
Testemunha de desejos e do que começamos
Vemos os minutos a passar e procuro...
Procuro em ti os gestos, os olhares...as palavras
Após alguns desencontros
Já não há mais distância...
Agora será o que quisermos que seja...