Reclamas para ti a dor maior
Com o coração remendado de forma tosca
Remendado com pedra dura
Com solda dura e quase impenetrável
E os teus sentimentos são pálidos e sem rima
Por dentro dessa armadura preservas o teu coração
De agruras e assaltos violentos com cheiro a traição
Arremetidos com crueldade e negra ambição
Pelo menos, nessa ilusão vives, crendo na inocuidade...
Porém, a tua muralha atraiçoa-te meu amor!
Subitamente, deixaste que o teu coração faminto
Corresse sem tua permissão em busca do clamor
De um olhar terno, delicado e de essência pura
E a pedra tornou-se frágil e quebrável
E começavas a viver, a vibrar
E a tua luz deixava de ser ténue e fosca
Mas a lembrança da ferida depressa retorna
E o desejo de vingança argumentos agora esgrima
Gritando bem alto a fatalidade:
O amor é masoquista!
Refazes novamente a muralha e constróis um labirinto
Difuso e opaco, misturando altruísmo falso com
autocomiseração
Aprisionas o teu coração, sem sol nem mar
A ilusão da tua fortaleza reclama o resgate e a conquista...
Não te iludas meu amor...
Não permitas que essa dor te mate lentamente
Não consintas que a vingança seja tua confidente
E muito menos ouças a voz perversa do sofrimento
Que te tolhe os movimentos e o sentimento
Volta...enquanto é tempo...



