Diz a lenda, de acordo com a tradição japonesa, que quem dormir com uma imagem do TAKARABUNE (Barco do Tesouro) debaixo da almofada, ou avistar um terá boa fortuna para sempre. Por isso desejo a todos o que visitarem este local, onde partilho o que me vai na alma, boa fortuna para sempre.

05/12/2014

Por fim...chegou o tempo!


Escrevo as últimas palavras deste lugar
Sem saudosismo ou tristeza
Chega ao fim esta viagem
Com a certeza que tudo não foi em vão
E que tudo foi o que teve que ser
Desapego-me de uma pele que já não é a minha
Liberto as horas, os minutos, os segundos...
Liberto-me dos sapatos velhos que parecem novos
Liberto o tempo que já foi
As palavras agora são outras!
Mais ricas, mais cheias de tudo!
Chegar ao fim não implica terminar
Antes pelo contrário, é o novo amanhecer
Uma nova aurora que surge!
Perguntam porquê...
Não interessa o porquê,
Apenas interessa novas letras,
Novas palavras, novos caminhos...
E agora é tempo de fazer um novo tempo!
O meu tempo!

Façam o favor de serem felizes! :)

13/08/2013

Segredo

Mil luas chegaram e partiram
E súplicas implorei às estrelas lá no alto
No céu mais negro que alguma vez pintaram
Que me aniquilassem as angústias que me tomaram de assalto
Num dia que prometera uma tranquila manhã
A manhã tornou-se o mais nefasto e vil pesadelo
Jamais infligido pelo impuro titã
Que se ergueu sem igual nem paralelo
Prostrada, impotente...fingi que tudo era belo
E ergui muralhas para proteger o meu castelo
Intocável e seguro...assim permanecia
Até que um dia outro pesadelo aparecia
De soslaio, matreiro, espreitando o momento certeiro
A lua emudeceu, as estrelas pararam e o sol estacou
Neptuno rompia por entre o nevoeiro
Anunciando uma travessia dura, longa e penosa
No final, prometera um mar calmo e uma vista airosa
Clara e lúcida em que se via o fundo do mar e todos os seus tesouros
Com a voz de um trovão assim se pronunciou
Mil perigos enfrentei nesta audaz travessia
Sempre acreditando em tempos vindouros
Novamente Neptuno ergueu-se no mar e proclamou
Que o fim da missão acabaria em breve
Ousei perguntar se o segredo teria que ser revelado
Num enorme clarão respondeu: -“Escreve!”
Antes de emergir de novo nas águas,  referiu com voz mais paternal:
-“Escreve e manda-me pelo arauto no local onde acaba a terra...”
Hoje escrevo...escrevo o segredo colossal
Que acaba a guerra que se encerra
Para todo o sempre com o aval astral

02/08/2013

Ecos

Sentimentos estranhos e antigos
Emergem prometendo nevoeiro
Acordando o medo e espreita o perigo
Como se a minha alma ainda estivesse em cativeiro...
Cativa não estou...então onde estou?
Não sei...algures entre o norte e o sul
A maré ameaça chegar de mansinho
E, sem dar conta, tudo apanhou
Tudo levou à sua frente
E o momento foi certeiro...
Salva fui por um golfinho
Que me arrastou para a areia e foi meu confidente...
Não é tarde...também não é cedo
Ainda é tempo...
Tempo para refazer, para construir, para fazer
Tempo de não esquecer quem fui e quem sou
É preciso dar tempo ao tempo
Para viver,
Para continuar a ser o que sou
Para não me desviar do norte...
O que vem poderá ser forte como um rochedo
Mas não inquebrantável...
Seja qual for a minha sorte
A minha fé é inabalável
Será o que tiver que ser...

02/06/2013

Um dia...

O caminho percorri
E encontrei subidas vertiginosas
Que desembocavam em descidas assustadoras
Ao mesmo tempo que me deparei
Com a minha fragilidade calada e silenciosa
A minha força de vontade silenciou a dor e o cansaço
Pelos trilhos e setas muita coisa compreendi
O que o caminho me mostrava e me ensinou
Era tão somente a mais pura realidade...
O caminho da vida e do inesperado
Da beleza do que não se espera
Da desilusão das expectativas altas
Que se revelam ilusórias e supérfluas...
As emoções, essas...são o condimento indissociável
De uma vida, de um caminho que se escolhe
De pessoas, de lugares, de estações
Vou só mas nunca só...
E um dia no caminho descobri que viver
É amar, comer, sorrir, chorar, sentir...
É abrir os braços a cada novo dia
É usufruir o que cada amanhecer nos trouxer
E ter coragem para ser...apenas ser!





07/04/2013

A Peça!

Tudo é perfeito quando encaixas
Quando juntas as peças velhas e gastas
Que se encontravam soltas
E que teimavas juntar mesmo não havendo encaixe perfeito
Por teimosia, por fé inabalável ou pelo muito e tanto querer
E a pergunta que surge sorrateira...será? Será? Será?
A dúvida paira no ar em jeito de desafio
É-te dada a peça que faltava
E, por momentos, a observas...com surpresa e algum espanto
E novamente...será? Será? Será?
Tentas fazer o encaixe no puzzle há anos incompleto
E a peça  desliza com fluidez ocupando o lugar vazio
Ao mesmo tempo solta-se a frase: “-Aqui não há amor!”
Resposta: “- Pois não...agora sei que não...nunca houve!”
Nesse mesmo instante percebes o porquê dos porquês
Porque tudo acaba onde começou
Era simples...bastava ter ido à origem, onde tudo começou
Agora que a clareza se instalou, tudo mudou
Nada será como era e como foi
Te libertas e te ergues
Escreves novo caminho, nova história
E será nesse caminho que encontrarás de vez
O que sempre te fugiu e já não foge
A data, essa, já está marcada
O destino...perto de Finisterra...

10/02/2013

Coração Difuso

Reclamas para ti a dor maior
Com o coração remendado de forma tosca
Remendado com pedra dura
Com solda dura e quase impenetrável
E os teus sentimentos são pálidos e sem rima
Por dentro dessa armadura preservas o teu coração
De agruras e assaltos violentos com cheiro a traição
Arremetidos com crueldade e negra ambição
Pelo menos, nessa ilusão vives, crendo na inocuidade...
Porém, a tua muralha atraiçoa-te meu amor!
Subitamente, deixaste que o teu coração faminto
Corresse sem tua permissão em busca do clamor
De um olhar terno, delicado e de essência pura
E a pedra tornou-se frágil e quebrável
E começavas a viver, a vibrar
E a tua luz deixava de ser ténue e fosca
Mas a lembrança da ferida depressa retorna
E o desejo de vingança argumentos agora esgrima
Gritando bem alto a fatalidade:
O amor é masoquista!
Refazes novamente a muralha e constróis um labirinto
Difuso e opaco, misturando altruísmo falso com autocomiseração
Aprisionas o teu coração, sem sol nem mar
A ilusão da tua fortaleza reclama o resgate e a conquista...
Não te iludas meu amor...
Não permitas que essa dor te mate lentamente
Não consintas que a vingança seja tua confidente
E muito menos ouças a voz perversa do sofrimento
Que te tolhe os movimentos e o sentimento
Volta...enquanto é tempo...